Crítica: Love, de série desconhecida à ótima opção de maratona

Love é uma série original da Netflix que a maioria dos assinantes não assiste. Ela tem três temporadas disponíveis, e só se encerrou na terceira por conta da baixa audiência. Mas isso é meio previsível, tendo em vista que o público dela é bem específico.

Atenção: pode haver spoilers abaixo!

Sinopse: A descarada Mickey (Gillian Jacobs) e o nerd bonzinho Gus (Paul Rust) são bem diferentes um do outro. Enquanto se recuperam dos relacionamentos fracassados, eles acabam precisando lidar com os altos e baixos da intimidade, do comprometimento e da vida adulta. Love é “um olhar inflexível, hilário e dolorosamente honesto sobre o amor”, narrando as dificuldades de se criar (ou desfazer) laços da vida moderna.

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A série despertou minha curiosidade apenas quando um influencer desses instagram’s da vida postou que estava à assistindo e que a Mickey se parecida muito com ele. Achei legal. Ele é um tipo de pessoa bem diferente, meio depressiva, porém extremamente interessante e complexa. Logo pensei: essa série deve ser boa mesmo!

Love tem o objetivo de quebrar paradigmas. A alcoólatra é a moça e o certinho é o moço. Isso por si só já é legal. Mickey tem sérios problemas de relacionamento, além dos seus vícios realmente atrapalharem sua vida. Bonita, inteligente e de opiniões fortes, ela tenta ter algum tipo de sucesso na vida – principalmente pessoal. Gus é uma cara relativamente bem sucedido, bastante inteligente, não tão bonito e extremamente azarado em seus relacionamentos amorosos. Ele tem muitos amigos, mas a falta de autoestima o faz ter dificuldade de conseguir uma namorada que realmente goste dele. Essas pessoas opostas protagonizam uma das melhores séries para você maratonar na Netflix.

As três temporadas são bem distintas. A primeira foca em Mickey e Gus se conhecendo, a segunda em como eles tem tudo pra dar errado juntos e a terceira em como eles podem realmente se dar bem juntos. É inegável que essa receita é batida. Acompanhar a vida de um casal uma comédia romântica é bem clichê. Por isso, não devemos nos apegar à isso, e sim na profundidade de cada personagem. Mickey, que luta contra si mesma a todo o momento e Gus que tenta se provar pra sociedade enquanto a vida passa.

Agora, Love não é perfeita. Tem sérios problemas, principalmente ao fato de baterem na mesma tecla durante um tempo considerável. Se transformasse cada temporada de Love em três filmes, muito provavelmente daria certo, e isso se dá por que as resoluções dos problemas apresentados são demoradas em muitos casos. É exatamente por isso que acredito que a série acabou no momento certo. Ou além, talvez duas temporadas fossem o suficiente para contar a história do casal e não nos deixar com saudades tão rapidamente – como os filmes fariam.

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Sua trilha sonora não é marcante, mas é sempre pontual e satisfaz bastante. As atuações, tanto por conta dos atores em si como pela qualidade dos personagens, são o ponto alto de Love. A direção é do ótimo contador de histórias e criador Judd Apatow, que coloca ótimos alívios cômicos em meio à uma situação dramática, em uma série essencialmente de comédia. Esse balanceamento nos aproxima dos personagens de forma real, afinal, somos todos imperfeitos e Love nos consegue passar cada imperfeição de Mickey, Gus e todos os personagens existentes na série.

Todos estão certos em algum ponto, assim como estão errados. Love nos apresenta como um caso quase real em história fictícia. E a gente compra isso.

https://www.youtube.com/watch?v=Ym3LoSj9Xj8

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