Esse texto não terá spoiler nem qualquer acontecimento que eu considere importante descobrir apenas na hora de assistir a série.
O Mundo Sombrio de Sabrina é um reboot de Sabrina – Aprendiz de Feiticeira de 1996, uma série divertida, onde nada era levado a sério, com personagens sem profundidade com o único intuito de entreter. As séries são baseadas nos quadrinhos da Archie Comics, mesma criadora de Riverdale, por exemplo. Logo depois dos anos 2000, Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira, estrelada por Melissa Joan Hart, perdeu sua audiência cativa, fazendo com que a série fosse cancelada. Assim, a bruxinha ficou adormecida por anos. Até que em 2010, com a linhagem chamada Archie Horror, cujo o objetivo é deixar todas as histórias clássicas da empresa em um tom mais obscuro, ela reviveu, voltou a fazer sucesso e em 2018 a Netflix lançou sua série.
A série conta a história de Sabrina Spellman (Kiernan Shipka), uma jovem que leva uma vida aparentemente normal, em um colégio normal e com amigos normais. Porém, ela é filha de uma humana com um bruxo, fazendo com que ela seja uma meia-bruxa. Seus pais foram mortos em um acidente de avião, então, desde lá ela mora com suas tias Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otton), donas de uma funerária. Apesar de gostar da sua vida humana, Sabrina está prestes a completar 16 anos, e isso significa muito pra ela. Essa idade implica em Sabrina entrar para a Academia das Artes Ocultas, jurar obediência à uma entidade chamada Dark Lord, ou Satã, e abandonar de vez sua metade humana.
Com muito talento como bruxa e uma química maravilhosa entre ela e seu namorado Harvey (Ross Lynch), Sabrina não quer perder, acima de tudo, sua possibilidade de escolha. Ser obrigada à algo, principalmente por suas tias, e fazer com que sua liberdade seja posta em cheque, faz com que a bruxinha desafie à todos para tornar seu desejo realidade. E isso, claro, vem com a ajuda do também famoso e nostálgico gato preto Salem, que continua sendo o grande protetor de Sabrina, apesar de sua origem ser bem diferente do de Sabrina – Aprendiz de Feiticeira e não falar. Essa vida dupla de Sabrina faz com que a série seja hora adolescente, hora mais séria. Alguns temas, como o profano, continua sendo abordado, porém de forma bem mais intensa dessa vez.
O Mundo Sombrio de Sabrina é, para os mais velhos, nostálgico nos detalhes. A abertura e sua música logo nos faz lembrar da infância com a aprendiz de feiticeira. Sua trilha sonora é sempre sombria, com um ar mais melancólico, porém perfeito para ditar o clima da série. Vez ou outra poderemos ter um rock alá anos 60, época em que a série é ambientada. A fotografia também é sombria, com cores frias e acinzentadas. Para quem assiste Riverdale e conhece a cidade de Greendale, perceberá que parece que estamos em um halloween eterno. Esse tom escuro contrasta sempre com o vermelho de Sabrina, como se ela fosse a grande estrela do universo no qual eles vivem. Esse contraste é absolutamente lindo, deixando a série perfeita para ser vista de noite, se possível, de luz apagada e com bastante frio!
Ao contrário de Sabrina – Aprendiz de Feiticeira, O Mundo Sombrio de Sabrina tem bastante momentos de puro terror, alguns sustos e muito suspense. Além dos nomes dos personagem, as séries nada de assemelham. E isso é bom! De forma geral, a nova adaptação é muito melhor do que a primeira, feita para um público diferente, bem modernizada e uma grande homenagem à sua irmã do passado. A Netflix e seu criador Roberto Aguirre-Sacasa estão quase impecáveis. A série tem poucos problemas com diálogos e com atuações, porém, de forma geral, é um acerto grande. Promessa de sucesso no catálogo.
O Mundo Sombrio de Sabrina entende seu público high school e, assim como Riverdale, parece ter os mistérios que queremos ver. Expectativa alta!
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