Crítica | Megarrromântico: até que ponto o amor precisa ser perfeito?

Satirizar os próprios clichês virou moda em filmes de comédia. Gordos riem por serem gordos, negros ironizam por serem negros, e por aí vai. O novo lançamento da Netflix, ‘Megarrromântico’ – original Isn´t it Romantic – anda por essa linha muito bem, mas não pelo lado da forma física, mas pelo romantismo exacerbado dos longas do gênero.

Rebel Wilson interpreta uma mulher que deixou de acreditar no amor desde a infância, quando a mãe deu banho de água fria em finais felizes quando ela assistia Uma linda Mulher. Na fase adulta, ela é uma arquiteta que foge de qualquer boa relação amorosa, até que um dia bate a cabeça e acorda em um mundo totalmente lúdico. Neste cenário perfeito, o chefe galã se apaixona por ela, a amiga vira uma rival, e o vizinho torna-se o grande amigo gay.

O que parece ser uma fantasia vai ganhando proporções gigantescas, afinal, será que é um sonho o tudo é pura realidade? O roteiro de Erin Cardillo, Dana Fox e Katie Silberman é impecável, pois foge das brincadeiras sem graça dos longas habituais de humor, além de mostrar que o óbvio não é tão óbvio. Além disso, canções como Express Yourself, de Madonna, Pretty Woman, entre outros sucessos que marcaram época, fazem parte das interpretações e da trilha sonora.

Rebel Wilson vai crescendo a cada momento da trama. O que a destaca é a forma como lida com o texto e a parceria com cada um dos outros personagens, infelizmente, em alguns momentos parece forçar uma naturalidade ao contar piadas chatas, mas até isso o próprio longa satiriza.

megarromantico

Sobre a produção, a fotografia é nota dez. A Nova York romântica é impecável, bela, somente com pessoas bonitas e bem vestidas, um colorido em cena que até cansa de vermos – aliás, essa é a proposta, exaurirmos da fantasia e encarar a realidade com mais beleza.

Afinal, há uma onda de filmes do gênero, como levantei no início do texto. O sucesso desse tipo de produção se dá pelas próprias estrelas que brincam com suas formas físicas sem serem piegas. Difícil não lembrar de Melissa McCarthy ao ver Rebel Wilson em cena. As duas são as atrizes da década que mais brincam com autoestima.

Vale a pena assistir ‘Megarrromântico’. É simples, divertido e contagiante. Uma boa pedida para se aventurar sozinho ou com a família, e fazer repensar os próprios valores pessoais.

[wp-review id=”6033″]

_

Crítica por Rafael Munhos, do Opinião Cult, em parceria com o TAA.

O Tem Alguém Assistindo? também está no Google News. Vem saber tudo sobre séries e filmes! Siga-nos!
Deixe seu comentário

Leia também