Olhos que condenam é mais uma surpresa maravilhosa na Netflix

O ano se iniciou com uma grande expectativa com relação a última temporada Game of Thrones, uma das maiores e melhores séries de todos os tempos. A entrega não ocorreu e os amantes do mundo do entretenimento viram toda a sua energia se esvaziar conforme o andar da temporada, com isso as expectativas para o mundo das séries neste ano diminuíram a nível de pessimismo, até que a HBO nos entregou Chernobyl.

Chernobyl dramatiza os eventos do desastre nuclear ocorrido na República Socialista Soviética da Ucrânia e já tem uma nota no IMDb maior que o carro chefe da emissora, bem como de Breaking Bad, uma das mais aclamadas séries do mundo. Com isso, a fé no mundo do entretenimento começou a ser restaurado e aparentemente nada mais poderia surpreender em qualidade, até que a Netflix também decidiu apostar em fatos e trouxe o caso dos 5 do Central Park na minissérie Olhos que Condenam.

Olhos que condenam, da diretora Ava DuVernay, responsável pelo documentário a 13ª Emenda e Selma, traz a história de cinco jovens injustamente condenados pelo estupro de uma mulher no Central Park. É reconhecidamente um dos casos mais famosos da história dos Estados Unidos no que tange um sistema judiciário falho e cheio de ilegalidades. Veja o vídeo.

A série já se inicia com os fatos e deixa pouco tempo para respiro, indico que seja assistia aos poucos já que se trata de um tema tão difícil e denso. As atuações são potentes e realistas, gerando um senso de revolta, indignação e impotência perante um fato ocorrido no final dos anos 80. A cineasta não poupa crítica social e mostra as nuances do racismo na postura dos agentes da lei e da população, que em determinado momento deseja a volta da pena de morte para esses jovens.

O caso aliás foi de grande importância para mudanças no sistema de coletas de provas e inclusive na coleta de depoimentos, já que foi inteiramente baseado em falsas confissões, o que pode ser facilmente compreendido pelo telespectador logo no primeiro episódio.

Não se pode deixar de mencionar o papel de uma figura importante, a promotora Linda Fairstein. Esta veio a se tornar uma famosa escritora de novelas policiais e, segundo o site Newsweek, até hoje ainda defende que os jovens cometeram o crime e se recusa a pedir desculpas, muito embora Matias Reyes tenha confessado o ato e seu DNA seja compatível com aquele encontrado na época. Inclusive, segundo o site Essence, a ex-promotora tentou negociar sua participação na série com Ava DuVerney, requerendo o direito de aprovação do script, o que foi prontamente negado pela diretora. A série reacendeu várias questões e fez com que a internet levantasse um boicote contra os livros de Linda com a tag #CancelLindaFairstein.

Por fim, é uma série que vale a pena como drama, bem como relembra a função social do entretenimento.

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