Critica | Fratura, um suspense as vezes tedioso, porém, bastante instigante

Fratura é o novo filme original da Netflix lançado em outubro de 2019, mês do Halloween e divulgado como um filme perfeito para ser assistido nessa época.

O longa conta a história de Ray Monroe (Sam Worthington), que está com sua família em um carro viajando no dia de Ação de Graças. Durante a viagem, cheia de discussões familiares, Ray precisa parar em um posto no meio da estrada pois sua filha Peri (Lucy Capri), de apenas 6 anos, precisa ir no banheiro. Parando lá, sua esposa Joanne (Lily Rabe) precisa de ausentar rapidamente e pede para que o pai cuide de sua filha. Peri se distrai e se vê de frente à um cachorro aparentemente dócil, apesar de deixá-la bem assustada. Ray tenta espantar o cachorro de perto de sua filha, faz com que ela caia em uma vala de construção e pula atrás dela. Os dois ficam desacordados por um tempo, até que a história finalmente começa, com todos os três indo para um hospital, onde são recebidos por um médico aparentemente gentil e cuidadoso.

Logo após constatar que Peri está bem, este médico sugere que uma tomografia seja feita. A família aceita, assim, mão e filha vão ao local para fazer o exame enquanto Ray aguarda na sala de espera. Horas depois ele acorda e procura por elas, porém, ambas sumiram e ninguém faz ideia de quem são elas.

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Com direção de Brad Anderson, Fratura é um suspense digno de nos fazer querer assistí-lo até o final para entender o que realmente está acontecendo na história. A narrativa é feita de forma que nos induza a um pensamento, depois ele desfaz, induz novamente e fica neste ciclo até que a verdade nos é entregue no final. Apesar da ótima premissa, Fratura sofre de um problema que acaba fazendo com que a gente perca o fio da meada por diversas vezes: sua repetição na relação de Ray com os médicos e funcionários do hospital, onde o filme se passa na maior parte do tempo. É como se fosse necessário falar mais uma vez que tem algo estranho ali pois o filme precisa durar mais tempo e não tem muito pra onde se expandir.

Sam Worthington, famoso pelo filme Avatar, entrega uma de suas melhores atuações. O filme é feito 100% a partir do seu ponto de vista e com ele protagonizando todas as cenas importantes, tomando uma exigência enorme para o ator, que precisa convencer a todo o momento. O ar de estranheza que Fratura nos passa é constante, pois é como se estivéssemos dentro da cabeça de Ray e isso é perigoso quando o ator não consegue nos entreter o suficiente para nos manter ligados. É claro que o roteiro tem os problemas e se torna o ponto mais fraco da trama, porém, Worthington carrega bem o fardo e a obrigação de garantir nossa curiosidade.

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FRACTURED (2019)

O grande mérito do filme são os plot-twists, ou seja, os ciclos citados lá em cima. Quando a gente pensa que está entendendo o filme, nos é jogado algo que coloca toda a desconfiança a tona novamente. Um filme onde o ponto de vista é um pai e marido desesperado para encontrar sua família, alcoólatra e traumatizado pela vida, o que mais teremos são reviravoltas, principalmente quando o filme engata a terceira marcha – mesmo tendo demorado muito.

Apesar do tédio flagrante por um tempo no meio da história, Fratura consegue cumprir seu principal propósito, o de nos prender em frente a tela para descobrir o que está por trás de tanta coisa estranha. Sem a pretenção de ser mais do que isto, o filme é um bom suspense e surpreende  bastante a quem quer simplesmente se entreter com um filme no final de semana. Nada mais que isso, mas tá bom demais.

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