Resumindo ”Um Lugar Silencioso – Parte 2” em uma palavra, essa palavra seria, tenso!
A continuação do filme de John Krasinski, no qual ele retorna para a direção dessa sequência, continua mantendo o nível de qualidade de seu antecessor, trazendo novas abordagens e desafios para a família Abbott, dentro dessa realidade onde qualquer som pode levar a morte eminente.
Entre elas, tem a questão do silêncio constante, que a cada novo passo que eles dão em sua trajetória, fica mais difícil de manter o ambiente quieto, levando em conta a criança de colo, no qual representa um risco enorme se ele chorar, que é algo que é explorado no início, e o roteiro não fica reaproveitando essa situação de forma desnecessária, só para provocar medo pelos personagens.
Em vez disso, o roteiro decide focar no desenvolvimento e na evolução dos personagens, principalmente nos dois filhos, que agora eles têm que aprender e enfrentar esse mundo no qual o pai deles os preparou, já que eles não têm mais a figura paterna para ajudá-los e a protege-los.
E nesse ponto, o diretor entrega ótimo arcos envolvendo os dois, enquanto a filha Regan (Millicent Simmonds) busca encontrar um novo lar seguro o bastante para sua família, desafiando o perigo de frente quase todo o tempo, o filho Marcus (Noah Jupe) tem que enfrentar seus medos, e assumir o papel do protetor dentro de sua família, principalmente agora com o irmão recém nascido, que foi uma grande evolução do personagem comparado a sua atitudes do primeiro filme, explorando rapidamente o passado dele na introdução ao mostrar como as criaturas surgiram,.
E essa rápida introdução, não é somente uma história de origem para matar a curiosidade sobre como tudo começou, toda essa sequência é muito bem explorada e aproveitada, contando um pouco da experiência do primeiro contato dos protagonistas com as criaturas, além de introduz novos personagens, como o Emmett (Cillian Murphy) no qual sua existência é justificável, e além de sua própria evolução, sua presença serve como apoio para a construção de Regan, cujo a união desses dois personagens, formam uma ótima composição para a continuidade da narrativa, e que também os dois tem seus arcos individuais, que funciona com o merecido mérito.
Em questões de provocar medo e sustos, o diretor já usa o recurso de jump scare, no qual ele usa de forma extremamente precisa e bem dosada, o que faz cada susto feito, funcionar com perfeição, além de criar momentos tensos e desesperadores logo em seguida.
Outra forma que o diretor tem de criar um momento tenso, são os planos detalhes que ele faz em pequenos gestos simples, mas que podem provocar um ruído ou um leve barulho, a ponto de já ser alto o suficiente para atrair as criaturas até eles, é isso já é o suficiente para deixar o público aflito.
Infelizmente, o roteiro apesar de brilhante, não é perfeito, e precisa colocar alguns personagens fazendo alguma atitude imprudente ou curiosa, de modo desnecessário, para que ocorra algum contratempo que faz a história se locomover, por sorte, isso é um recurso isolado que só ocorre uma vez no filme, mas da uma sensação de frustração no espectador.
Ainda é acrescentado novos perigos, além das criaturas, como o grupo maligno, que até representa uma ameaça mortal para os personagens, mas pouco é explicado sobre eles e o que eles querem, deixando várias perguntas sobre esse grupo que não são respondidas.
A montagem, além de estabelecer um ritmo estável e dinâmico, ela tem ótimas rimas entre dois momentos distintos, que aproveitam o mesmo elemento para finalidades diferente, assim como duas situações idênticas acontecendo ao mesmo tempo, conectado pelo mesmo tema, que cria um momento emocional.
Um Lugar Silencioso – Parte 2, permanece a qualidade dessa franquia, aumentando a intensidade, sabendo sempre em utilizar os elementos envolvendo o silêncio para criar o desconforto e a experiência de imersão.
