Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal traz Zac Efron tentando humanizar um serial killer

Quando a Netflix lançou em seu catálogo o documentário Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy e a série You, muito se falou sobre a quantidade de pessoas que se sentiram atraídas por esses homens perigosos, sendo um protagonista de eventos reais e o outro um personagem fictício, ambos figuras extremamente perigosas e carismáticas. Em A Irresistível Face do Mal você poderá acompanhar a história de uma mulher que realmente se relacionou com Ted Bundy (Zac Efron) e o quanto isso a afetou.

Baseado no livro de 1981, The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy, de Elizabeth Kloepfer a.k.a. Elizabeth Kendall, o filme acompanha alguns momentos da vida dessa figura histórica pelos olhos de sua namorada à época, interpretada por Lily Collins.

Zac Efron até convence na atuação e no charme, mas o filme se perde com a edição, que acaba pecando na apresentação da cronologia dos acontecimentos e confundindo o telespectador, além de perder uma grande oportunidade dando foco apenas na vida a dois desse casal e subsequente julgamento, sendo que poderia ter usado o charme do protagonista em ação na escolha das vítimas, o que ressaltaria o senso de perigo e apresentaria tamanho da vilania predatória do serial.

Não se pode dizer que a falta de cenas em que ele comete os crimes seja o motivo pelo qual o filme peca, já que em Mindhunter é possível sentir o perigo do serial pelo seu próprio discurso e por meio das entrevistas.  Nisso a direção de Joe Berlinger acabou falhando ao tentar dar outro olhar a uma história que já foi explorada em inúmeros filmes e documentários. Sua aposta no charme, manipulação e beleza do protagonista, e principalmente na reação que ele causava nas mulheres na época acabou fazendo com que se perdesse a profundidade e no real horror que ele representa até hoje.

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Os pontos positivos ficam por conta das atuações e reprodução de época, atenção aos detalhes e na exploração dos crimes por meio de notícias e sugestões, como se o telespectador vivesse nos Estados Unidos e estivesse tomando conhecimento dos fatos por meio de notícias e televisão.

A relação do casal traz nuances para a figura e pode até parecer uma tentativa de humanizá-lo, porém um olhar mais atento pode ver que os atos de carinho, charme e atenção que ele dirigia à moça, são exatamente o que o torna tão perigoso, como um predador que hipnotiza suas presas ou ainda, que finge fraqueza a fim de atacar uma vítima com a guarda baixa. Talvez o verdadeiro horror seja o fato de que ninguém iria desconfiar de um homem inteligente, bonito e educado.

Talvez o excesso de momentos emocionais entre o casal tenha perdido um pouco a mão e tenha apresentado um filme desbalanceado, que não conseguiu exprimir o tamanho do estrago que esse homem causou na vida de muitas famílias e na sociedade. Com isso, a parte “extremamente malvado, chocantemente mal e vil” (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile – título original) acaba se tornando quase inexistente.

Confira os comentários em vídeo sobre Ted Bundy e siga nas redes sociais.

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