Review | Final da 2ª temporada de Big Little Lies deixa gancho e divide opiniões

Atenção, contém spoilers da primeira e segunda temporada.

Big Little Lies é certamente uma das melhores séries da HBO. A princípio se tratava de uma adaptação da obra de Liane Moriarty encerrada em uma temporada, todavia, a audiência respondeu positivamente e os prêmios também, dessa forma a produção decidiu dar continuidade para história dessas mulheres em Monterey.

A segunda temporada começou forte, com a adição de Meryl Streep como Mary Louise, a mãe de Perry, uma mulher inteligente e astuta que busca saber o que realmente aconteceu na noite que seu filho morreu. Mas não passou muito até que sua personagem se resumisse a uma pessoa com dificuldades de encarar a realidade de que seu filho era um agressor, bem como se apresentasse em momentos específicos com o intuito de provocar e cutucar as feridas de uma das Cinco de Monterey.

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Logo a série começou a focar em como aquela noite afetou cada uma dessas mulheres, ou pelo menos em parte. Isso abriu espaço para que o público pudesse conhecer Bonnie, a belíssima Zoey Kravitz em ótima atuação,  que antes era apenas uma figura jovem casada com o ex de Madeline e agora tomou profundidade e cores com sua história de abuso e perdão dentro da família e sentimento de culpa. Do outro lado, Madeline tendo que encarar as consequências de sua traição e culpa por não perceber o que acontecia com Celeste, esta por sua vez está lidando com o luto, com as consequências psicológicas de ter um marido abusivo e com uma sogra julgadora e sorrateira. Jane tentando ter um relacionamento amoroso após o trauma e  por fim, tivemos Renata, lidando com a perda de seu status.

Com um início promissor, os sete episódios acabaram se mostrando demais e se arrastando, fazendo com que muitos se perguntassem se foi uma decisão acertada ter uma segunda temporada. Não se pode negar que há uma qualidade na série e nas atrizes, todavia fora o arco Celeste, Mary Louise e Bonnie os outros dramas pareceram perdidos e mal distribuídos durante a trama.

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Trauma

Na reta final, a temporada decidiu encontrar um foco e abordar as consequências de um relacionamento abusivo, bem como o julgamento da sociedade. Durante os sete episódios foi possível sentir em Celeste e Jane toda a consequência da falta de apoio que tiveram para lidar com o trauma. Celeste com remédios e um desequilíbrio, se ajustando a uma vida pós-guerra enquanto Jane está em busca de se abrir para uma nova intimidade e com muita dificuldade por conta de seu trauma, é no curiosos vínculo triste que as duas acabam encontrando em sua amizade uma oportunidade de explorar suas dores.

O julgamento da guarda dos filhos de Celeste não serviu apenas para dar sentido para sua história e justificar a presença de Mary Louise nessa reta final, como foi um palco para explorar o quanto as mulheres são atacadas, julgadas e criticadas pela forma como cuidam de seus filhos e como lidam com sua vida pessoal, em especial, como elas são julgadas por permanecerem em um relacionamento abusivo e violento.

O resultado da ação de guarda em face de Celeste e a liberação da exploração do próprio desejo por parte de Jane são conquistas que exaltam a empatia e compreensão perante um mundo que demonstra mudanças positivas pouco a pouco.

É certo que o final deixou ganchos para uma possível terceira temporada muito embora o criador da série, David E. Kelly, já tenha afirmado que não há essa possibilidade. Bom, ele já havia falado que não haveria uma segunda então não é possível bater o martelo na afirmação. Veja no vídeo abaixo comentários com spoilers e siga no Instagram: @danielecsfreitas.

Nota: 3 estrelas 1  (Bom).

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