O Soldado que Não Existiu, final explicado
O Soldado que Não Existiu é um filme de drama protagonizado por Colin Firth que acabou de chegar na Netflix e está fazendo o maior sucesso entre os assinantes, principalmente entre aqueles que gostam de filmes de guerra.
O filme é situado no meio da Segunda Guerra Mundial, Ewen Montagu (Colin Firth) é um juiz, espião e oficial da inteligência naval da Inglaterra que planejou a operação Mincemeat, além de ser um dos dois agentes que a executou.
Os dois oficiais de inteligência planejaram quebrar o controle mortal de Hitler sobre a Europa com um plano criativo e ousado. Na esperança de mudar o curso da Segunda Guerra Mundial e salvar dezenas de milhares de vidas, eles utilizaram um cadáver e documentos falsos para enganar as tropas alemãs.
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Neste post, vamos falar sobre o final do filme que conquistou os assinantes da Netflix. Cuidado com spoilers.
Final explicado
O filme gira em torno de Ewen Montagu e Charles Cholmondeley, membros do Comitê dos Vinte, um pequeno grupo de agentes de inteligência britânicos encarregados de agentes duplos.
Enquanto o comitê discutia os métodos que poderiam usar para desviar os nazistas, Charles sugeriu que eles usassem o método Trojan, conforme mencionado no plano Trout Memo.
De acordo com o plano, um cadáver pousaria com a ajuda de um paraquedas e levaria importantes documentos falsos que o inimigo consideraria como verdade e trabalharia de acordo. A ideia foi rejeitada pelos que estavam à mesa, principalmente pelo almirante John Godfrey.
Porém, Ewen foi a favor e planejou a execução da operação com Charles Cholmondeley. Eles trabalharam na ideia para evitar quaisquer brechas e esperavam que seu plano fosse aprovado.
A equipe consistia em Jean Leslie, que foi trazida por Charles para se passar por noiva do cadáver, Pam. Charles sentiu-se atraído por Jean, e Jean sentiu uma certa suavidade em relação a Ewen. A afeição deles às vezes se tornou motivo de ciúmes entre Charles e Ewen.
Antes de assumir seu papel como agente secreto, Ewen havia enviado sua esposa e filhos para a América, temendo por suas vidas. Eles eram meio judeus, e ele sabia que, se perdessem a guerra, sua família teria que enfrentar as consequências.
Sua esposa não era a favor dessa separação, mas ele não tinha outra forma de lidar com a crise. Foi enquanto escrevia as cartas de amor que se sentiu atraído por Jean, fruto de sua esperteza e beleza.
No entanto, sua responsabilidade em relação ao país os impediu de explorar seu relacionamento, mesmo sabendo que a atração era mútua.
Quem era o Cadáver?
O cadáver era o elemento principal que eles precisavam encontrar para executar a operação. Embora não houvesse escassez de corpos, era importante encontrar um que não estivesse sendo procurado. Junto com isso, o corpo também tinha que ser um que não levantasse suspeitas, o que significa que o corpo não deve ter sido ferido anteriormente.
Embora fosse difícil encontrar o corpo certo, com a ajuda de um legista, Bentley Purchase, eles conseguiram localizar um. O homem era Glyndwr Michael. Ele lutou contra uma doença mental e consumiu veneno de rato, o que resultou em sua morte.
A quantidade de veneno de rato era muito pequena para ser detectada, mesmo que uma autópsia fosse realizada. Isso fez de Michael a escolha perfeita para executar seu plano.
O plano era transportar o corpo usando um submarino e depois submergi-lo na água. Com documentos falsos em seu corpo, eles decidiram estabelecer a identidade de Michael como Capitão (Oficial Interino) William Martin.
O nome William Martin era comum na Marinha Real, e essa foi a principal razão para nomeá-lo assim. Eles criaram uma noiva para o Major Martin, nomeando-a Pam.
Uma foto de Jean Leslie, uma agente de inteligência, estava anexada a ela. Foi esse fator que aproximou Jean do caso e de Ewen. Junto com a foto, eles escreveram uma carta de amor que poderia ser usada como parte do conteúdo no bolso.
Esses documentos pessoais foram criados para tornar a identidade do homem ainda mais crível. Ewen e Jean discutiriam o romance fictício entre Pam e o oficial em detalhes, criando um espaço para eles expressarem sua afeição um pelo outro. A proximidade entre os dois enfureceu Charles, que sempre gostou de Jean.
Junto com os documentos pessoais, haveria uma carta do tenente-general Sir Archibald Nye ao general Sir Harold Alexander, comandante na Argélia e na Tunísia, divulgando seu plano em relação à invasão.
A carta falava sobre como os britânicos planejavam invadir a Grécia, mas espalhavam um boato sobre a entrada pela Sicília. Essa era a informação crucial que eles esperavam que chegasse aos oficiais alemães e os obrigasse a desviar sua atenção para proteger a Grécia em vez da Sicília.
Para confirmar que as palavras permaneceram intactas, a equipe de inteligência trabalhou para encontrar uma tinta à prova d’água. O legista Purchase os avisou que o plano deveria ser executado em três meses, pois, além desse prazo, ele começaria a se decompor e não poderia mais ser usado.
Junto com isso, eles também tinham que manter a carta de Sir Nye em uma pasta para atrair mais atenção. A pasta foi então amarrada ao seu casaco para garantir sua posição e confirmar sua segurança.
Enquanto tudo corria conforme o planejado, a irmã do falecido Glyndwr Michael apareceu e reivindicou seu corpo. Ela se arrependia de não estar ao lado do irmão e queria enterrá-lo com dignidade.
Mas ela foi informada de que seu irmão agora fazia parte de um projeto secreto no qual o governo estava trabalhando. Ian Fleming ofereceu dinheiro para deixar o local, mas ela recusou e saiu com raiva.
Quem foi o espião odiador de Nazista?
De acordo com o plano, o corpo estava submerso perto da costa de Huelva, no sul da Espanha. A Espanha era um terreno neutro e, portanto, o local perfeito para o corpo emergir.
O corpo foi submerso em 29 de abril e foi recuperado pelo pescador espanhol em 30 de abril. O corpo foi levado pelos soldados espanhóis. Como o legista presumira com razão, embora uma autópsia tenha sido realizada, foi feita às pressas, e foi certificado que o homem em questão havia morrido por afogamento na água.
Adolf Clauss, o agente alemão e membro da Abwehr, solicitou aos funcionários espanhóis os documentos, mas era tarde demais, pois a pasta já havia viajado para Madri.
Depois que Clauss não conseguiu obtê-la, o agente sênior da Abwehr, Karl-Erich Kühlenthal, fez tentativas para obter a carta; estavam convencidos de que havia informações que exporiam o plano de invasão britânico.
Foi um agente triplo britânico, o capitão David Ainsworth, que trabalhava para os britânicos, mas fingia ser simpatizante da Alemanha em Madri, que conseguiu convencer o simpatizante alemão, coronel Cerruti, oficial espanhol, da importância da carta.
Mas Cerruti conseguiu convencer o almirante Moreno a entregar os documentos a Kühlenthal. A carta chegou aos alemães e a pasta foi entregue à embaixada britânica.
Enquanto o resto da equipe se alegrava com o fato de seu plano ter funcionado, Jean teve que enfrentar uma revelação inesperada. Ao entrar em seu apartamento, ela viu uma cópia da foto que estava guardada no bolso de Michael colocada em sua mesa lateral.
Ela sabia que algo estava errado, e foi quando ela foi cumprimentada por Teddy. Teddy trabalhava no clube que pertencia a Ewen e onde Ewen, Charles e Jean frequentavam.
Ele explicou que encontrou a foto entre os documentos do Major Martin. Teddy fazia parte de um grupo de alemães que queriam ver o Fuhrer cair. Mas os britânicos os rotularam como uma farsa anti-Hitler.
Isso os enfureceu, pois eles não poderiam ajudar as forças aliadas, mesmo que quisessem. Ele pediu a Jean que explicasse a totalidade da Operação Mincemeat, o que ela fez sob pressão.
O incidente com Teddy enfureceu Charles, pois ele duvidava que Ewen não soubesse que um funcionário era alemão. O motivo de sua dúvida também era que o irmão de Ewen, Ivor, era simpatizante do comunismo. Ele foi convidado pelo almirante John Godfrey para espionar Ewen para confirmar que ele não tinha nenhum interesse pessoal.
Mesmo que Charles não fosse a favor de espionar seu colega, Godfrey prometeu trazer o corpo de seu irmão, que havia falecido em Chittagong, de volta à Inglaterra.
Em uma discussão acalorada, Charles confrontou Ewen sobre seu irmão. Ewen não se orgulhava da associação de seu irmão, mas sabia que não estava conspirando e, o mais importante, não compartilhava informações sobre a operação com seu irmão.
A equipe esperou por notícias enquanto a trupe britânica estava a caminho da Sicília. Embora a inteligência indicasse que os alemães estavam se movendo em direção à Grécia e acreditassem em sua história, eles ainda não estavam totalmente convencidos, especialmente após o incidente de Teddy.
A atmosfera estava tensa enquanto todos oravam por um resultado favorável. Finalmente chegaram notícias afirmando que os soldados britânicos conseguiram invadir a Sicília e enfrentaram resistência mínima.
A Operação Mincemeat foi um sucesso e ajudou a salvar a vida de milhares de pessoas. Enquanto o mundo olha para a guerra que acontece no campo, sempre há guerras secretas que são travadas por trás das cortinas que desempenham um papel significativo em afetar a história.
No final de O Soldado que Não Existiu, ficamos sabendo que Ewen e Iris Montagu permaneceram casados até a morte de Ewen em 1985.
Jean Leslie se casou com um soldado que estava entre a primeira onda da invasão siciliana, um ano após a guerra. Charles Cholmondeley permaneceu um membro do MI5 até 1952. Ele se casou mais tarde e teve vários hobbies.
Também ficamos sabendo que a identidade do Major Martin permaneceu em segredo por 44 anos e, em 1997, o governo britânico adicionou seu nome ao túmulo.
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