O Homem do Jazz é um filme de drama histórico que chegou recentemente na Netflix e está fazendo o maior sucesso, principalmente entre aqueles que gostam de tramas emocionantes com músicas.
No filme, nós acompanhamos uma investigação sobre um assassinato não resolvido. Segredos guardados por quarenta anos são revelados e mentiras vem a tona, em um conto de amor proibido e drama familiar, ao som de muito blues.
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O filme está fazendo bastante sucesso e por se tratar de uma história muito envolvente, muitos ficaram se questionando se O Homem do Jazz foi baseado em fatos reais.
O Homem do Jazz é baseado em uma história verdadeira?
A resposta é: Não, O Homem do Jazz não é baseado em eventos reais. É uma história original do escritor-diretor Tyler Perry, embora se baseie fortemente em suas experiências pessoais e nos problemas reais enfrentados pelos negros na era Jim Crow.
Em 1995, morando em Atlanta e começando sua jornada para se tornar um roteirista-diretor, Perry costumava entrar no Alliance Theatre, e um dia, depois de assistir a uma performance de August Wilson, ele se aproximou do ator em um café.
“Eu estava dizendo a ele o tipo de peças que eu tinha escrito e o que eu queria fazer, e ele me incentivou muito. Fui para casa e ‘Jazzman’ saiu de mim”, disse Perry.
Embora seu roteiro tenha despertado algum interesse, o projeto nunca decolou, e Perry teve que engavetar a ideia, mas manteve isso guardado em seu coração e um dia iria tirá-lo do papel.
Sendo seu primeiro roteiro, O Homem do Jazz foi inspirado principalmente por suas próprias experiências. O jazz tornou-se uma parte importante da história em geral e para a vida de Perry.
“Estava refletindo sobre minha própria vida e acho que, inconscientemente, muito da minha própria vida apareceu enquanto escrevia. Nos momentos de tristeza, sempre havia música; e em momentos de grandes acontecimentos, sempre havia música, risos e alegria. Na verdade, meu avô era dono de uma juke joint chamada S Club. Lembro-me de ver aquelas pessoas na zona rural da Louisiana se divertindo. Então aproveitei todas essas experiências”, disse ele .
Depois completou:
“Era um lugar de liberação, e você realmente podia se soltar e deixar a música tomar seu corpo. Foi muito importante para mim que os personagens tivessem a chance de ter seu lugar seguro”.
Um dos elementos-chave da história é Leanne se passando por branca na esperança de um futuro melhor para si mesma. Isso é algo que Perry descobriu que aconteceu em sua família também. Procurando em sua história familiar, ele descobriu uma foto de sua avó que ele nunca conheceu.
A claridade ou escuridão da cor da pele era um fator dominante na vida de Perry desde a infância. Onde quanto mais clara a pele a pessoa tinha, melhor você era e mais bem-sucedido você poderia ser. Perry revela que seu próprio pai gostava mais da irmã mais velha.
Ele a chamava de ‘Red’ porque ela tinha a pele muito clara, enquanto que ele e outra irmã eram mal tratados porque tinham a pele morena. Todos ao seu redor estavam lidando com uma situação semelhante, e é nisso que Perry baseou o arco da história de Leanne.
Tendo escrito o roteiro há mais de duas décadas, alguém poderia pensar que todas as questões que cercavam O Homem do Jazz teriam se tornado um pouco redundantes agora, mas infelizmente, Perry descobriu que sua história ainda era tão relevante quanto quando a escreveu.
“Eu estava lendo muito e assistindo muito do que está acontecendo politicamente na América e como todos esses certos grupos de políticos têm esse ataque à nossa história. Eles querem proibir os livros, não querem ensinar sobre escravidão e não querem falar sobre as coisas que os negros sofreram na América. Então eu pensei que se este filme leva alguém a pesquisar e descobrir o que realmente aconteceu, então é hora de fazer isso”, disse ele.
Sabendo disso tudo, embora O Homem do Jazz seja uma história fictícia, está profundamente enraizada na própria vida e experiência do diretor, além de ser um forte reflexo das questões que assolam a sociedade atual.
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