Crítica | Midsommar mostra que o terror não está na noite

O diretor e roteirista Ari Aster surpreendeu crítica e público com o filme Hereditário ano passado, considerado um dos melhores filmes de terror dos últimos tempos. Sem se apoiar em elementos comuns ao terror como muitos jump scares e fantasmas, Aster conseguiu construir tensão e mistério em cima de elementos como sofrimento pelo luto, dinâmica familiar e um toque de realismo fantástico. Com isso, não é de se surpreender que Midsommar : O mal não espera a noite chega carregando uma grande responsabilidade e envolto em expectativas.

O filme estreou nos Estados Unidos por intermédio da A24 no dia 03 de julho de 2019 e chega ao Brasil oficialmente no dia 19 deste mês pela Paris Filmes, com pré-estreias agendadas ainda para este final de semana.

O longa acompanha a história de um casal, Dani (Florence Pugh) e Christian (Jack Reynor), e seus amigos que decidem visitar um vilarejo sueco no meio do nada, onde ocorrerá um festival para o solstício de verão. Embora seja um lugar solar com habitantes calmos e receptivos, há algo de estranho e misterioso nos costumes dos moradores, o que acaba gerando uma grande tensão e um clima de terror.

Midsommar

O grande trunfo de Ari Aster é se inspirar no terror atmosférico, muito explorado no final dos anos 60 e início dos anos 70 com filmes como O Bebê de Rosemary (1968) e O Homem de Palha (1973), sendo este último a referência mais próxima. Com um ambiente realista, o terror acaba se apoiando nos costumes desconhecidos e isso é um dos fatores que mais causam um frio na espinha. Não se trata apenas de uma comunidade misteriosa, mas diz respeito a um grupo de pessoas que vivem de acordo com costumes seculares. O que gera o pavor é o grupo de turistas estar submetido a esses costumes sem conhecê-los, e pior, não ter para onde ir.

Não há como não comparar a obra com Hereditário, uma vez que até mesmo o diretor considera Midsommar um complemento deste, por isso é preciso não só ressaltar as semelhanças, como por exemplo, o tema de relações pessoais, dificuldade de diálogo e luto, como é necessário ressaltar as diferenças. Enquanto Hereditário traz um ambiente escuro e se apoia na degradação entre a relação das pessoas naquele núcleo familiar, sem dar qualquer respiro na tragédia ou tensão, Midsommar consegue construir uma história de terror em um ambiente claro, solar, florido e em determinados momentos até mesmo traz uma leveza e consegue arrancar algumas risadas.

O uso dos contrastes no filme, tanto na fotografia quanto na trilha sonora, serve para mostrar que tragédia e morte podem estar tanto em locais frios e escuros como em locais ensolarados e mais quentes. Fora o início, a trilha sonora é utilizada de forma que consegue trazer um senso de urgência e espanto ainda que com som leve e folclórico.

O que fica claro nos filmes do cineasta é que explorar relacionamentos pode ser algo assustador, seja na noite seja no dia, e se tiver uma seita envolvida é mais assustador ainda. Veja crítica em vídeo e acompanhe o canal para comentários com spoilers sobre o filme.

O filme chega aos cinemas no dia 19 de setembro e terá pré-estreias a partir do dia 13.

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