Crítica | Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica que vai além da convivência entre irmãos

A Pixar mantém a fórmula intimista e familiar de suas narrativas, além de trazer uma história tocante com bons momentos cômicos, mas que eventualmente não consegue explorar as possibilidades da riqueza do universo proposto.

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (Onward) acompanha dois jovens elfos, Ian e Barley, que vivem em um mundo onde a magia desaparecera há muito tempo, mas que acabam revivendo a mesma quando seu pai, já falecido, deixa um presente misterioso. Ian é um adolescente desajeitado com dificuldades sociais enquanto Barley é um jovem que ainda não encontrou seu lugar no mundo, ambos terão que superar suas diferenças a fim de completar essa jornada.

Embora seja uma história que se passa em um mundo fantástico, é na dinâmica entre os dois personagens principais que a mágica realmente acontece. Percebe-se então que há uma boa dose de intimidade e toque pessoal no assunto, já que o diretor Dan Scanlon traz parte de sua história para as telonas. O longa é tocante, mas é principalmente significativo para quem tem um irmão ou já sofreu uma perda irreparável na família.

Nisso o estúdio foca no que sabe oferecer de melhor, passar mensagens sobre relacionamentos e jornadas de amadurecimento com uma linguagem que atinge crianças e adultos, e por isso o filme vale cada minuto. As lições aprendidas ficam com o telespectador mesmo após o encerramento dos créditos.

Visualmente falando, o filme é impecável. Mas se tratando do estúdio responsável por Toy Story e ganhador de pelo menos dez prêmios Oscar, é o mesmo que falar que a água é molhada e a pedra é dura. Pixar é sinônimo de qualidade em animação. Já a trilha sonora combina, traz o ar de aventura mas não há nada muito marcante.

Dois Irmãos Uma Jornada Fantástica

O ponto negativo aqui está no pouco aproveitamento dos personagens secundários e da dinâmica dos seres mágicos com o avanço tecnológico. Isso acaba fazendo com que algumas piadas e descobertas sejam desperdiçadas ou ainda um pouquinho forçadas. Para um filme que trabalha com uma metáfora sobre magia cedendo lugar para a tecnologia, e um desejo de retorno às raízes, a mensagem acabou ficando branda e simplista.

Outro ponto é que alguns personagens apresentados acabam tendo seu desenvolvimento comprometido pela rapidez que com que a trama se desenrola, como por exemplo o namorado da mãe e a dona da taverna. A introdução de uma personagem homossexual é sutil e pode passar batida, mas está lá.

No geral, Dois Irmãos não consegue ter a mesma magia dos seus antecessores, mas consegue trazer uma mensagem tocante sobre amadurecimento, estreitamento dos laços familiares e envolvimento da figura paterna, o que pode conversar com telespectadores de todas as idades.

A produção Disney/Pixar estreia nos cinemas brasileiros no dia 5 de março de 2020 e conta com as vozes originais de Tom Holland, Chris Pratt e Julia Louis-Dreyfus.

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