Acelerado, final de Sense8 emociona e faz valer a pena a espera

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Amor Vincit Omnia (O Amor Vence Tudo), é assim que é intitulado o episódio final de Sense8. Não tem como falar desse episódio, sem citar o fato da série ter sido cancelada em 2017 e, de acordo com a própria criadora Lana Wachowski, essa volta ter sido um milagre. Sense8, lançada em 2015, chegou com uma responsabilidade enorme, afinal, sua criadora criou Matrix também. Cada episódio era precificado quase como um Game of Thrones da vida. Locações e elenco enormes, diversos países gravados e, no fim das contas, uma audiência baixa. E foi assim que chegamos ao episódio final, que deveria ter sido uma terceira temporada.

“As vidas pessoais são deixadas de lado enquanto os oito sensates, seus parceiros e aliados inesperados se juntam para uma missão de resgate e demolição de BPO para proteger o futuro de todos”.

Duas horas e pouco jamais serão suficientes para contar uma história de uma temporada inteira. Por isso, já era esperado que tudo ficasse mais acelerado. Porém, para reduzir custos, achatar a história e agradar aos fãs, algumas coisas aceleraram demais. O encontro de alguns personagens que aparecem do nada junto ao fato desses mesmos personagens mudarem de personalidade nesse pouco tempo faz com que muitas pessoas não comprem essa parte da história contada por Lana nesse especial. Eu não comprei.

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Sense8 Finale

Sense8 levaria pelo menos mais duas temporadas para chegar ao fim. Por isso, a pressa em terminar e entregar aos fãs algo justo se torna legítimo, mesmo sendo essencialmente ruim. Por isso, não podemos negar que seria muito melhor um desenvolvimento maior da trama, principalmente dos personagens secundários, como Dani (Eréndira Ibarra), Hernando (Alfonso Herrera) e Bug (Michael X. Sommers). Na verdade, mesmo eles brilhando e estarem com um tempo de tela dignos de protagonistas, eu queria mesmo era vê-los por muito mais tempo. A relação entre Lito, Hernando e Dani é provavelmente a melhor parte – não explorada – pelo episódio final.

O elenco da série continua maravilhoso. Eu, que amei a primeira temporada de Sense8, sempre tive um sentimento a mais sobre esses atores. Lito Rodriguez (Miguel Ángel Silvestre), Capheus Onyango (Toby Onwumere), Sun Bak (Doona Bae), Kala Dandekar (Tina Desai), Wolfgang Bogdanow (Max Riemelt), Riley Blue (Tuppence Middleton) Nomi Marks (Jamie Clayton) e Will Gorski (Brian J. Smith) tem carisma difícil de achar por aí. Com tanta gente boa, e um elenco secundário também muito bom, o especial é frenético. Ação, ação e ação. Por isso, o roteiro se torna extremamente eficiente, afinal, o objetivo é: salvar Wolfgang e acabar com OPB (Organização de Preservação Biológica).

A fotografia de Sense8 também é, como sempre, maravilhosa. O foco em imagens de alta qualidade, as cores, junto a intensidade e alegria que a série representa, nos dá a sensação de estarmos assistindo a um filme de cinema, de grande orçamento, como Lana é acostumada. A trilha sonora também nos presenteia com ótimas músicas, fazendo com que a imersão seja ainda maior, principalmente quando eles querem nos fazer emocionar.

No final das contas, Sense8 é uma série representativa. E isso ela faz muito bem. Não tem nem nunca teve medo de mostrar o amor em todas as formas possíveis, até mesmo visualmente – vide suruba. Isso é sensacional. Por mais que todos nós tenhamos uma opinião formada sobre a série, é inegável que ela fez história. Não só pelo jeito de tratar suas temáticas, mas pela sua mobilização e paixão dos fãs por verem algo tão bonito e significativo em grande escala. Representatividade. Sense8 é necessária e foi feita, como ela mesma diz, por esses fãs.

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